Lula manda investigar Cláudio Castro e Polícia do Rio de Janeiro após megaoperação que teve 117 bandidos mortos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (4/11), que a Polícia Federal (PF) participe das investigações sobre as 121 mortes registradas durante a megaoperação policial realizada na semana passada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. O chefe do Executivo afirmou que o governo busca conduzir uma apuração independente, diante da gravidade dos fatos e das dúvidas sobre a condução da ação.
“Nós estamos tentando essa investigação. Estamos vendo se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação das mortes, porque tem muito discurso, muita coisa. As pessoas foram enterradas sem que houvesse perícia de outro órgão”, afirmou o presidente.
Lula destacou que a autorização judicial para a operação — que mirava o Comando Vermelho (CV) — não previa o uso da força letal. “A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança. E houve matança”, declarou.
O presidente afirmou ainda que a PF, o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal (MPF) já estão mobilizados para acompanhar as investigações. Segundo ele, é essencial compreender em que condições as mortes ocorreram, uma vez que até o momento há “apenas uma versão contada pela polícia e pelo governo do estado”.
“É importante investigar para saber se tudo aconteceu do jeito que foi dito ou se houve algo mais delicado na operação”, acrescentou Lula, em tom crítico à condução das forças de segurança estaduais.
Ao comentar o saldo da ação, o presidente afirmou que o número de mortos “pode ser considerado um sucesso sob a ótica de quem combate o crime”, mas que, do ponto de vista do Estado e dos direitos humanos, o resultado foi desastroso.

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